As dislipidemias são caracterizadas pelo aumento nos níveis de gordura no sangue. Os níveis elevados desses lipídios favorecem a formação de placas de gordura nas artérias e veias e podem levar a alterações no fluxo sanguíneo, prejudicando o funcionamento de órgãos como coração e até o cérebro. Outro aspecto importante é que essa doença aumenta consideravelmente as chances de aterosclerose (entupimento das veias e artérias), acidente vascular cerebral e doenças circulatórias.
O estilo de vida e alimentação inadequada configuram fatores importantes no aumento do colesterol. Além disso, a genética de cada indivíduo também pode colaborar com o aumento dos níveis de lipídios sanguíneos. Os polimorfismos em um único nucleotídeo, os famosos SNPs, são pequenas alterações em nosso DNA responsáveis por características como cor dos cabelos, estatura e cor dos olhos e que também estão relacionadas a algumas alterações metabólicas como o aumento de gordura circulante. Alguns SNPs em genes relacionados com o metabolismo das gorduras têm um papel chave no aumento do colesterol. Dentre os vários SNPs estudados, o PNPLA3, TM6SF2, PPARD e PPARG, são muito associados a estratégias personalizadas. Abaixo falo algumas características importantes de cada alteração:
PNPLA3
A enzima codificada pelo gene PNPLA3 está envolvida na utilização de gordura como fonte de energia e armazenamento. Dentre os marcadores genéticos associados a esteatose hepática não alcoólica, esta variante é a que apresenta maior associação mais entre os principais estudos. Alterações nesse gene estão associadas a um aumento dos níveis de triglicerídios nas células do fígado. Também existe uma correlação significativa com níveis mais elevados de triglicerídios e de colesterol LDL no sangue.
TM6SF2
O gene TM6SF2 codifica para uma proteína transmembrana relacionada com a secreção de triglicerídios e sobre o acúmulo de gordura nas células do fígado. Um estudo funcional demonstrou que o silenciamento deste gene origina uma menor secreção de VLDL e um aumento da gordura hepática. Alguns SNPs nesse gene, contribuem para níveis mais elevados de colesterol LDL e triglicerídios na circulação.
PPARD
A proteína PPARD participa na regulação do metabolismo dos lipídios e absorção de gorduras. Alguns estudos indicam que os indivíduos portadores do de SNPs nesse gene se beneficiam da redução da ingestão de gorduras e da prática de exercício físico para aumentar os níveis de colesterol HDL.
PPARG
A proteína PPARG participa no metabolismo dos lipídios produção de células de gordura e na regulação do armazenamento de gordura. Alguns SNPs estão associados a uma resposta mais favorável a uma dieta pobre em gordura, com menor resistência à perda de peso. Indivíduos com este genótipo também são mais tolerantes à ingestão de carboidratos complexos (tubérculos, vegetais crus e alimentos integrais), não apresentando uma predisposição aumentada para o excesso de peso como resultado de uma dieta rica neste macronutriente.
Uma vez que conhecemos o impacto da nossa genética nos níveis de colesterol, também é importante seguir as seguintes dicas:
Lembre-se: monitorar os níveis de colesterol sanguíneos e manter um estilo de vida equilibrado são passos importantes para manter a saúde em dia. Além disso, descubra o que sua genética tem a dizer sobre você, invista na saúde personalizada e ganhe ainda mais qualidade de vida.