O diabetes é uma doença crônica, caracterizada por altos níveis de glicose no sangue, o que ao longo do tempo, pode desencadear várias complicações de saúde.
No mundo, existem hoje milhões de pessoas diagnosticadas com essa condição, e um estilo de vida saudável, é um importante aliado no tratamento e também na prevenção da doença.
30-40% das pessoas com diabetes nas Américas não são diagnosticadas e 50-75% dos casos de diabetes nas Américas não são controladas.
O diabetes é classificado em:
– Tipo 1: é quando o sistema de defesa de uma pessoa, ataca suas células produtoras de insulina e como resultado a glicose se acumula no sangue. Cerca de 5 a 10% das pessoas se encaixam nesse perfil, sendo mais comum se manifestar na infância e adolescência.
– Tipo 2: é responsável por 95% dos casos de diabetes e está fortemente relacionada ao estilo de vida da pessoa, mas possui um fator hereditário maior que o tipo 1. A depender da gravidade, o diabetes tipo 2 pode ser controlado com exercícios físicos e uma alimentação saudável, mas em outros casos se faz necessário o uso de medicamentos e/ou insulina.
– Gestacional: é um tipo que acontece com as mulheres não-diabéticas durante a gravidez onde ocorre uma produção de insulina insuficiente para a mãe e o bebê, devido às alterações hormonais desse período. Idade materna avançada, obesidade, ganho excessivo de peso na gestação dentre outros, são fatores de risco que contribuem para mais chances desse quadro.
– Pré Diabetes: esse termo é usado quando o nível de glicose no sangue está mais alta que os valores de referência, mas ainda não é suficiente para classificar a pessoa com Diabetes Tipo 2. Histórico familiar de diabetes, pressão alta, hiperglicemia, diabetes gestacional ou excesso de peso, são fatores de alto risco. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, 50% dos pacientes nesse estágio evoluem para o diabetes e com mudanças no estilo de vida como alimentação saudável e atividade física é possível prevenir esse avanço.
Além disso, atualmente novas classificações foram criadas:
MODY: definido como um diabetes familiar com idade de diagnóstico precoce na infância, adolescência ou adultos jovens, com modo de transmissão autossômico-dominante, associado a defeitos na secreção de insulina.
LADA: pacientes diabéticos adultos que não necessitavam de insulina no início do diagnóstico, mas que apresentavam auto-anticorpos contra as células-beta e progressão mais avançada para insulino-dependência.
O padrão alimentar instituído na vida moderna, com muitos fast-food, é basicamente composto por refeições altamente calóricas e escassa de nutrientes. Isto tem gerado essa epidemia de sobrepeso e obesidade, inclusive na infância, e aumento crescente nos números de diabéticos, hipertensos e de infartos em pessoas jovens abaixo dos 40 anos.
De olho no Estilo de vida
Um estudo de Patterson, etc al, 2018, relacionou o comportamento sedentário ao risco de diabetes tipo 2, doenças cardio vasculares e câncer e declarou que pessoas que ficam por longos período de tempo sentados, tem maior risco de mortalidade prematura, com exceção para aqueles que são mais ativos fisicamente – aqueles que fazem mais do que 1 hora de atividade moderada por dia.
No artigo de UUSITUPA, Matti et al, 2019 da revista Nutrients foi mencionado que em 2004, no Diabetes and Nutrition Study Group já haviam reenfatizado que por meio de mudanças no estilo de vida, o diabetes tipo 2 pode ser adiado ou evitado e desde então alguns ensaios clínicos mostram que aumentando atividade física, diminuindo o peso e alterando hábitos alimentares pode-se prevenir a doença.
Alimentação como aliada
Manter um peso saudável é importante para todos, evitando má nutrição e as doenças crônicas não transmissíveis. Segundo a OMS, para manter uma alimentação saudável, deve-se incluir frutas, verduras e legumes (como lentilha e feijão), nozes e cereais integrais, evitar ingerir açúcares livres e gorduras e consumir menos de 5g por dia de sal.
Uma publicação de MOLZ, Patrícia et al, 2015 mostrou que a ingestão de fibra alimentar também possui vários benefícios à saúde como o controle da glicemia e a melhora da sensibilidade à glicose, pois ela interfere na absorção da glicose alimentar, proporcionando menores picos de glicemia após as refeições. O Instituto de Medicina (IOM) recomenda como ingestão ideal de fibras, valores entre 30 e 38 g por dia para homens e entre 21 e 25 g por dia para mulheres com idades entre 20 a 59 anos.
Exercícios físicos regulares ajudam a baixar as taxas de glicemia além de favorecer o humor, o sono e a disposição para outras atividades, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes. Procurar exercícios que goste é uma importante ferramenta para começar a se movimentar.
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REFERÊNCIAS
DIABETES, Associação Nacional de Atenção Ao. O que deve saber sobre diabetes. Disponível em: https://www.anad.org.br/o-que-deve-saber-sobre-diabetes/. Acesso em: 14 out. 2021.
DIABETES, Sociedade Brasileira de. Tipos de Diabetes. Disponível em: https://diabetes.org.br/tipos-de-diabetes/#diabetes-tipo-1. Acesso em: 14 out. 2021.
MOLZ, Patrícia et al. Relação do consumo alimentar de fibras e da carga glicêmica sobre marcadores glicêmicos, antropométricos e dietéticos em pacientes pré-diabéticos. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção, Santa Cruz do Sul, v. 5, n. 3, p. 1-6, 13 maio 2015. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/5704/570463811003.pdf. Acesso em: 14 out. 2021.
PAHO. Diabetes. Disponível em: https://www.paho.org/en/topics/diabetes. Acesso em: 14 out. 2021
PATTERSON, Richard. Sedentary behaviour and risk of all-cause, cardiovascular and cancer mortality, and incident type 2 diabetes: a systematic review and dose response meta-analysis. European Journal Of Epidemiology. Reino Unido, p. 1-20. 28 mar. 2018. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29589226/. Acesso em: 14 out. 2021.
UUSITUPA, Matti et al. Prevention of Type 2 Diabetes by Lifestyle Changes: a systematic review and meta-analysis. Nutrients, [S.L.], v. 11, n. 11, p. 2611, 1 nov. 2019. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/nu11112611