Desde 1960 a história da anti concepção nunca mais será a mesma. A mulher passou a escolher o sexo pelo prazer, sem a preocupação de uma gestação indesejada. Hoje as opções são inúmeras, comprimidos, anéis vaginais, adesivos, injeções, implantes, dispositivos intra-uterinos, entre outros. A escolha do método deve ser feita em conjunto ao médico ginecologista, de forma esclarecedora, para que a paciente sinta-se responsável também pelo seu tratamento adequado.
As pílulas anticoncepcionais combinadas são os métodos mais comuns do conhecimento geral, e normalmente são compostas de 2 tipos de hormônios, o estrogênio e um progestágeno (em suas variantes). Podem ser usados de forma continua ou com pausas, de 4 a 7 dias. Há também a pílula com progestágenos apenas, usadas principalmente nas mulheres que amamentam, ou naquelas que não podem usar o estrogênio.
Um anel de silicone pode ser uma ótima opção para meninas que não se adaptaram as pílulas, ou tiveram efeitos como náuseas e vômitos após o uso oral. Este deve ser inserido no primeiro dia da menstruação e retirado após 3 semanas, fazendo uma semana de descanso e recolocando outro anel após este período. O adesivo é ainda mais uma opção, cola-se na pele e deve ser trocado semanalmente por 3 semanas, e então feito uma pausa de 7 dias. As injeções podem ser mensais ou trimestrais.
O DIU hormonal ou SIU (Mirena®)é uma ótima escolha, principalmente naquelas com fluxo muito intenso e cólica persistente. Além de durar 5 anos e ter eficácia de 99,8% tem efeito benéfico em endometriose/adenomiose e miomas uterinos. Não interfere com a fertilidade futura, não altera o peso e ainda a maioria das mulheres param de menstruar após o primeiro ano de uso. As pílulas combinadas são altamente eficazes desde que tomadas corretamente, mas alguns medicamentos como anticonvulsivantes, antibióticos e anticoagulantes podem interferir com o uso e devem ser informados ao médico caso se façam necessários. Diarreia e vômitos também afetam a segurança do método. A escolha da pílula combinada deverá ter como ponto de partida qual efeito mais desejado, e isto deve-se principalmente ao progestágeno. Por exemplo, em meninas com maior risco de trombose, devemos evitar pílulas com drospirenona, mas que em outras mulheres poderá ser muito eficiente por não provocarem retenção de líquidos. Aquelas com aumento de oleosidade manifestada principalmente pela pele com acne, se beneficiariam mais com a ciproterona. Quanto a enxaqueca, mulheres que tiverem aura, (qualquer manifestação que anteceda a dor, como pontos luminosos ou cheiros estranhos) estão proibidas de usar o método, sob pena de aumentarem muito o risco de trombose. Fumantes também correm esse risco e estão proibidas de usar pílulas combinadas após 35 anos. Para a libido, a com melhor efeito seria com levonorgestrel, a qual teria menor influência no aumento do SHBG, molécula que se liga à testosterona, impossibilitando-a de agir, efeito muito observado com a maioria das pílulas. E por falar em libido, esse assunto rende varias discussões, pois ao mesmo tempo que a mulher passou a decidir quando engravidar, o sexo deveria ficar muito melhor, mas não é sempre assim que acontece. Infelizmente esse efeito no SHBG, diminuindo a testosterona livre, pode ocorrer de forma significativa em algumas mulheres e menos em outras. A eficácia do método é de 99.5% quando usadas corretamente. Dos métodos com estrogênio, o anel vaginal seria a melhor escolha para menor impacto na libido, além de uma boa escolha para mulheres com náuseas e vômitos com as escolhas orais. Os adesivos, assim com o anel, são interessantes também para as mulheres que se esquecem de tomar os comprimidos. O implante, que é inserido no subcutâneo da pele, dura 3 anos e é feito apenas de progestágeno, o que pode ocasionar irregularidades menstruais e retenção de líquido. Novos métodos estão em estudo no mundo todo, como anéis vaginais com 3 meses a 1 ano de duração, ou ainda acrescidos de anti-retrovirais para mulheres HIV positivas, gel transdérmico e até anticoncepcionais para homens!
Mulheres saudáveis podem tomar pílula combinada ou outros métodos hormonais até seus 55 anos, desde que acompanhadas pelo seu médico. Embora estes métodos não previnam doenças sexualmente transmissíveis, trouxeram às mulheres o conforto de melhorarem Síndrome Pré Menstrual (a famosa TPM), diminuem as perdas sanguíneas e anemia, diminuem o risco de câncer de ovário e endométrio e acima de tudo previnem gestações indesejadas. Fale com seu médico!