Uma esperança no controle dos sintomas e possíveis novas descobertas sobre a origem da doença
Com uma incidência de 1:50 entre crianças americanas, o autismo tem sido alvo de muita preocupação nos Estados Unidos. Ultimamente observou-se que há uma prevalência de quase 50% de sintomas gastrointestinais entre crianças portadoras de Transtorno do espectro autista. Alterações na permeabilidade da mucosa intestinal causam constipação, diarréia e dores abdominais não apenas entre os portadores de autismo, mas também em seus parentes de primeiro grau. Alguns achados provenientes da análise da microbiota intestinal de pacientes autistas mostram diferenças significativas quando comparadas à microbiota dos pacientes sem o transtorno. A grande maioria dos acometidos apresentava um desbalanço da flora intestinal com perda de determinados microorganismos benéficos e excessiva proliferação de bactérias do tipo Clostridium, uma bactéria não invasiva à mucosa intestinal humana, mas que produz toxinas que, através da corrente sangüínea, causam muitos efeitos deletérios a todo o organismo do hospedeiro. Estudos recentes também demonstraram que algumas infecções virais que acometeram gestantes no primeiro trimestre da gestação aumentaram significativamente a chance destas mães terem filhos acometidos pela doença. Isso levou cientistas a acreditarem que haveria participação da microbiota intestinal ocasionando alterações no sistema imune que culminariam com um processo inflamatório generalizado que resultaria na condição denominada autismo.