O QUE É A SÍNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL?
A síndrome dolorosa miofascial (SDM) é uma das causas mais comuns de dor musculoesquelética. Apesar de ser extremamente comum, muitos profissionais da área de saúde e doentes não a reconhecem, pois o diagnóstico depende da experiência do profissional na área de dor crônica. Muitos destes pacientes são tratados como hérnias de disco, bursite, artrites, tendinites, sem haver melhora significativa do quadro clínico. É caracterizada pela presença de bandas musculares tensas palpáveis, nas quais identificam-se os pontos gatilho (PGs). Os Pgs quando estimulados por palpação digital ocasionam dor similar a queixa referida pelo paciente no local do estímulo ou referida à distância.
Está presente em 95% dos pacientes com dor crônica, sendo em 85% dos casos a principal causa de dor em centros de dor. O diagnóstico depende exclusivamente da história e do exame físico. A queixa pode ser em queimor, peso, dolorimento, tensão muscular, câimbra e o doente pode referir fadiga na área acometida. Pode ser decorrente de sobrecargas dinâmicas (traumatismos, excesso de uso) ou estáticas (sobrecargas posturais), ocorridas durante atividades da vida diária, estresse emocional, disfunção de sono, entre outras causas.
No tratamento da SDM é necessário a correção de fatores perpetuantes e a inativação dos PGs. Uso de medicamentos adequados como antidepressivos tricíclicos ou duais, anticonvulsivantes (gapabentinóides), analgésicos simples e derivados de opióides podem auxiliar no tratamento clínico, porém infelizmente estes medicamentos normalmente não fazem parte do dia a dia ortopedista tradicional que não tem experiência em dor crônica, assim normalmente os pacientes ficam trocando de anti-inflamatórios, sem melhora importante e com riscos de complicações no aparelho digestivo, coração e rins devido ao uso abusivo de anti-inflamatórios. Os exercícios de relaxamento muscular e condicionamento físico, quando bem indicados, são importantes para se prevenir recorrência.